Será que voltei? Reflexoes sobre esses ultimos 3 anos.

 Confesso que já tinha me esquecido de como acessar o blog.

E depois de 3 anos sem acessar essa página, onde muitas coisas aconteceram na minha vida e no mundo todo, senti necessidade de rever e reaplicar antigos conceitos relacionados ao minimalismo como forma de terapia.

Desde 5 de março de 2020, muita coisa mudou... e caso esteja interessada (o), segue um pouco de notícias.

Ainda no ano de 2020, deixei meu emprego e desde então me dedico aos cuidados da casa e do filho. Considero a melhor decisão que tomei, e sou grata por ter essa opção. Mas como todas as escolhas da vida, existem as belezas e os desafios associados.

Essa mudança coincidiu com a minha entrada na casa dos 40 anos (e as mudanças hormonais que as mulheres passam) e somou com o fato de eu me ver em casa 24/7. Imagine a crise dos 40 (mulher se acha menos interessante) com a falta de "elogios e/ou reconhecimento" pelo desempenho doméstico (trabalho de casa só é notado quando a pessoa não faz). Isso pesou e ainda pesa.

Ué, fazer o trabalho bem feito em qualquer emprego aleatório não seria mais que sua obrigação, mas todos ficam felizes quando existe alguma forma de reconhecimento. Trabalhar em casa, deveria funcionar da mesma forma, mas a sociedade atual criou a ideia no inconsciente coletivo de que mulher só tem valor se trabalhar fora de casa.

Sem contar que por mais repetitivo que possa ser um trabalho externo, em geral existem projetos com inicio, meio e conclusão, o que gera o sentimento de dever cumprido e fechamento de um ciclo. Trabalhar dentro de casa é um projeto único, repetitivo e, sem conclusão oficial: Louca suja na pia, roupa suja no cesto, poeira dos móveis, realocar objetos para seus devidos lugares, entre outros, são açoes diárias... uma dona de casa faz o trabalho de uma faxineira, cozinheira, lavadeira, recursos humanos, educadora, psicologa e conselheira 24/7, sem folga aos finais de semana, salário ou benefícios.

E porque descrever isso? Porque a forma como a mulher se sente, reflete na energia dela para cuidar do (s) filho (s), marido, ou seja, do Lar. 

Não me leve a mal, como disse anteriormente, foi a melhor decisão. Mas confesso que eu demorei pra relacionar a crise dos 40 e a sensação de fracasso me fizeram perder um tempo precioso em proatividade para manter uma rotina de qualidade dentro de casa. Como estar presente de corpo, mas não de alma, pois a cabeça esta um congestionamento de pensamentos e sensações.

Mas, uma vez que a compreensão aconteceu, pude realizar os ajustes necessarios (e é um processo contínuo), onde aceito e respeito essa nova etapa do meu "eu" (o que ainda tem muito a melhorar) ao mesmo tempo que melhorei a capacidade de foco no momento, especialmente quando estou com meu filho.

Em 2021, nos mudamos para uma cidade litorânea (terceira mudança) diminuindo tempo de trânsito do  marido. E aqui estamos a quase 3 anos. A cidade em si é realmente muito bonita, planejada e limpa como nunca vi parecido. Em contraste, as pessoas apesar de muito solidárias em casa de necessidade, se mantem distantes. E seguimos sem pertencer a nenhum ciclo de amizade ou comunidade.

As interações se limitaram a encontrar famílias de colegas do pequeno, mas sem aprofundar muito as relações uma vez que os demais possuem parentes para visitarem aos finais de semana. Claro que temos amigos por aqui, pessoas incriveis que conhecemos na primeira cidade que moramos e que continuamos com o contato e encontros ocasionais a cada 2 ou 3 meses devido a distância. Mas aquelas interaçoões do dia a dia fazem falta (já comentei sobre isso aqui).

Muita coisa aconteceu em relacao a escola do pequeno, trabalho do marido, meu dia a dia. Mas por agora, ficarei por aqui pois esse post já esta muito grande.

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