A parte mais dificil de morar em outro pais, sem duvida 'e a questao da solidao

A parte mais dificil de morar em outro pais, sem duvida 'e a questao da solidao. 

Sou o tipo de pessoa que sempre teve muito poucos amigos, mas sempre os considerei incriveis.

Pouco antes de nos mudarmos, uma porcao de gente que eram de minha convivencia, foram extremamente presentes, mas simplesmente deixaram de responder minhas mensagens, ou tentativas de manter o contato. 

Para ser muito sincera, sou sempre muito grata por grandes mudancas, pois elas servem para nos ajudar a se desapegar nao s'o de coisas materiais mas tambem de pessoas.

Sou muito grata aos que se mantiveram ao meu lado apesar da distancia, sou realmente muito grata por terem me considerado como amiga e farei o meu melhor para sempre me fazer merecer.

Mas confesso que tenho sentido muita falta de ter amigos com presenca fisica tambem. Sabe, aquele que vc dara e recebera um abraco. Sou uma pessoa que abraca. 

Tenho sentido muita falta mesmo daquele amigo te ligue agendando bate papo aleatorio ou simplesmente aparecendo do nada pra fazer isso.

Esse sentimento se intensificou ainda mais quando, mais uma vez, me deparei com o famoso dizer "um peso duas medidas" (ou, como tambem se diz: dois pesos e duas medidas) vindo da casa em que voce cresceu...

Mas como estamos por aqui?

Bem, desde que chegamos, algumas pessoas da comunidade da qual fazemos parte nos convidaram para uma refeicao ou outra, uma festividade ou outra. Ainda, somos gratos imensamente a um casal que nos auxiliou no processo de contrato de aluguel do imovel que moramos atualmente.

E, em agradecimento a essas poucas, porem, incriveis pessoas, sempre que surge qualquer atividade que possamos contribuir, fazemos com muito carinho. 

E ja fiz coisas bastante interessantes, como pintar o apartamento de uma pessoa que nunca vi na vida, ajudar com a limpeza da casa nova de uma familia de conhecidos, ajudar com a mudanca da mae de uma conhecida, fui ombro para consolo de algumas outras tantas mulheres, fui baba, cuidadora, cozinheira, fotografa... assim como recebi muitas coisas boas de forma gratuita, o pagamento que recebi por essas coisas, foi um sentimento de alivio e gratidao das pessas que receberam minhas contribuicoes. 

Muitas dessas vezes, fiz isso tudo estando exausta mentalmente (pois meu trabalho 'e intelectual e que exige alto grau de concentracao e foco por longas horas) e tendo a casa para organizar (onde moramos tem muita poeira vindo do deserto, e por isso, todo final de semana 'e necessario uma geral mais cuidadosa). 

Comentei aqui sobre o sentimento de solidao, e confesso que esse sentimento tem se mantido constante desde entao, mas que nos ultimos meses se intensificou. E advinhem... o instinto de sair "rasgando" dinheiro continua intenso.

Recentemente, tivems uma mini ferias de 4 dias e 3 noites em Eilat (um dos lugares que considero mais incrivel daqui do pais). Estar em contato com o mar, natureza, ter oportunidade de ter experiencias diferentes e ver a cara de felicidade do meu filho, renovou meu espirito. Perceber o marido de mente calma e tranquila, depois desses varios anos sem ferias, tambem acalmou meu coracao.

Visitamos o aquario, navegamos, conhecemos a praia dos golfinhos, nadamos no mar e na piscina, jogamos jogos... tudo isso custou uma quantia razoavel de dinheiro (bem menor da que gastei com 'coisas', mas cuja satisfacao foi real e se mantem em forma de memorias maravilhosas.

Nossa hospedagem ficava de frente a um shopping 'tax free'. Entramos la no ultimo dia, antes de voltarmos, e simplesmente saimos de maos vazias, completamente tranquilos. Nao sentimos necessidade de comprar absolutamente nada depois de todas as experiencias incriveis que tivemos.

De volta em casa, infelizmente o sentimento de solidao ainda se mantem. Sentimos menos durante a rotina do dia a dia, mas durante os finais de semana esse sentimento se intensifica.

A meses atras comecei enviei convites a diferentes maes de coleguinhas da escola do pequeno, na esperanca de fazer amizades, nao apenas para meu pequeno, como tambem para mim. Algumas pessoas aceitaram meu convite, mas nenhuma delas retornou contato depois de virem em casa. Fico me perguntando o que posso ter feito de errado para que ningum tenha tido o interesse de manter contato, mas foi o que aconteceu. Talvez diferencas culturais, nao sei.

Esse ano, o pequeno mudou de escola, mas ainda nao tive a chance de conhecer nenhuma mae. Estou me preparando psicologicamente, me esforcando para afastar a baixa estima das tentativas anteriores, e iniciar novamente aproximacao com as maes dos novos coleguinhas dele.

De qualquer forma, sempre procuro me lembrar das razoes que nos trouxeram ate aqui, e me lembro das coisas positivas que, felizmente, se mantem mais pesadas do que as nao tao bacanas assim, se colocadas na balanca. 

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