Por que Temos Tanta Dificuldade em Achar o Meio Termo?

Não é de se espantar que nessa nova fase de nossas vidas meu interesse relacionado a maternidade e bebês tenha aflorado... pois bem, a alguns dias atrás li o seguinte texto (que vale muito a pena ser lido) "Por que eu coloco meu marido antes de nossos filhos", onde a autora se posiciona de forma oposta ao que o consenso considera como correto, com uma afirmação capaz de ´chocar´ até mesmo os mais desencanados: ela prioriza o marido ante os filhos. Sim, ela faz essa afirmação! 

E, para quem tiver curiosidade de saber o porque dessa decisão, ela lista as razões que a levaram chegar a essa conclusão (para que cada um tire suas próprias conclusões, convido a lerem o texto na íntegra clicando no link acima). Já adianto que pessoalmente gostei muito da reflexão dela, independente de qualquer coisa.

Muito embora eu tenha entendido o posicionamento da autora, e ainda, tenha considerado que as razões dela são completamente razoáveis, um grande conjunto de ?????? ficou piscando em minha cabeça... Se o casal é uma equipe, se a família é uma equipe, porque um membro precisa ter prioridade sobre os demais membros? 

E, pensando nisso, cheguei a algumas conclusões que gostaria de dividir com vocês (mas se trata de devaneios pessoais): 

1) Gosto de pensar em um casamento como um acordo entre as partes/uma célula viva/uma empresa (escolham o que preferirem): não basta você amar a pessoa, você precisa querer estar com ela e o outro precisa ser recíproco com você. Basicamente, é entender que um VIVE SEM O OUTRO, mas ambos escolheram ESTAR/FICAR JUNTOS. A decisão de estar/ficar juntos é baseada em um acordo mútuo entre dois indivíduos que não só consideram que possuem química física, mas principalmente que se respeitam, dialogam e são amigos.

2) Um casamento é feita de indivíduos que possuem uma história diferente um do outro, mas que de alguma forma, se encontraram e juntos decidiram que seria mais interessante ficarem juntos e, muitas vezes, dessa união, podem surgir novos membros.  

3) E nessa onda, quem tem prioridade? A mulher tem prioridade na família, o homem tem prioridade na família e os filhos tem prioridade na família. Ou seja, todos tem prioridade, mas essa prioridade é diferente em cada situação e depende bastante dos deveres de cada membro. Mas isso não quer dizer que um seja melhor ou mais importante que o outro. Pelo contrário, cada membro possui um papel individual que é fundamental para que o conjunto se mantenha unido. 

4) Porém, por vezes, em determinado momento da vida de uma família, é comum que um ou outro membro se sinta mais sobrecarregado que o outro (horas extras/viagens constantes por conta do trabalho, doenças, associar trabalho externo + afazeres domésticos + cuidados dos filhos, mudanças profissionais, entre tantas outras situações). Mas, nessa hora, como uma boa equipe, como bons amigos, nessa hora, o que está menos sobrecarregado, se desdobra carinhosamente para dar suporte ao que até segunda ordem, se encontra com dificuldades de desenvolver seu papel de forma adequada. Ou seja, quando um lado precisa, o outro ajuda, pois o objetivo final é comum: o bem estar da família.

Assim, discordo que o marido tenha que ter prioridade ou vir primeiro que o(s) filho(s). Acredito que o casal, decidiu ter o(s) filho(s), sendo estes, responsabilidade de ambos. Indiscutivelmente, acredito que todos os esforços dos pais naturalmente são direcionados para que este(s) tenha(m) as melhores possibilidades de desenvolvimento no que se refere a saúde, alimentação, educação, vestimenta e lazer (sim, para mim isso faz parte de um desenvolvimento saudável). 

Porém, acredito ainda que, para proporcionar tudo isso aos filhos, os pais ou o casal, precisam sim ter suas necessidades individuais e de casal atendidas, a fim de aliviar grande parte da tensão e estresse do dia a dia e manter a saúde do todo. Dessa forma, ninguém deveria ter prioridade e sim todos entenderem que todos são importantes para a harmonia e sucesso da família e RESPONSÁVEIS pela escolha feita no início: ESTAR/FICAR JUNTOS!

E ainda, imagina em quantas tantas outras situações não agimos da mesma forma?!