Multipotencialidade

E quando eu estava prestes a assumir que eu não me encaixaria em lugar algum, que eu não daria conta de meu próprio sustento, não seria nada na vida... mesmo me considerando extremamente criativa... eis que ouvi falar sobre a tal Multipotencialidade ou Alma Renascentista...

Comecemos do começo...

Definição: é um termo educacional e psicológico que se refere a um padrão encontrado entre indivíduos com um dom intelectual. Os multipotenciais geralmente têm interesses diversos em várias áreas do saber e podem ser bem sucedidos em vários negócios ou profissões. Uma das primeiras pessoas a escrever sobre o tema foi a autora Barbara Sher em seu livro Refuse to Choose.

Basicamente, passei e passo pelas seguintes fases (confirmado por diversas pessoas que convivem ou conviveram comigo):
- Você já pulou de interesse em interesse ao longo da vida, se sente curioso sobre novas coisas, quer sempre aprender algo novo
- se tornou expert em uma ou mais coisas mas se entediou depois de algum tempo
- outras pessoas te vêem como alguém que nunca termina nada
- muita gente não vê a conexão entre os seus interesses (às vezes nem mesmo você vê essa conexão, só meses ou anos depois)

A Paula, do blog escolha sua vida, cita os pontos positivos e negativos dessa galerinha, e eu tomei a liberdade de copiar trechos que ela mesma escreveu (leia na íntegra aqui):

Lado bom: Todo multipotencial adora aprender, explorar e dominar novas habilidades. São curiosos, interessados e conseguem enxergar potencial onde muita gente só vê informação inútil. Também temos um talento para juntar esses nossos vários interesses de forma criativa e fazer nascer novos trabalhos, novas empreitadas, novos empreendimentos. A forma como os multipotenciais lidam com os interesses novos que surgem também é um ponto comum: eles ficam curiosos sobre o novo assunto e saem à caça de todo tipo de informação disponível (por exemplo, aposto que todo multipotencial lendo esse texto agora vai pesquisar o assunto a fundo…). Esse modus operandi gera uma outra vantagem dos multipotenciais: eles aprendem novas habilidades rápido.
Lado mau: Um dos aspectos da multipotencialidade que mais preocupa os multipotenciais é que, apesar de todos esses interesses, há uma tendência a ficarem entediados uma vez que já tenham conseguido dominar certo assuntoAlém disso, para um multipotencial, “terminar” é algo bastante diferente do que para o resto da sociedade. Nós temos vontade de aprender algo novo apenas até determinado ponto – dependendo do que pretendemos fazer com aquele conhecimento – e raramente temos vontade de nos tornarmos experts – pelo contrário, estamos mais interessados em pular para o próximo objeto de aprendizado. Ou seja, somos incompreendidos, porque aos olhos da sociedade nós somos o tipo de pessoa que “não termina nada” mas, para nós, chegamos ao fim do que nos propusemos a aprender.
Dentre as várias personalidades multipotenciais importantes e conhecidos na história temos: Leonardo Di Vinci, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, René Descartes, Isaac Newton, Aristóteles, Oprah Winfrey, Steve Jobs, Tim Ferris...
E onde quero chegar com esse assunto? Quando li sobre esse assunto pela primeira vez, me identifiquei imediatamente, senti "normal" a partir do momento que percebi que o fato de eu enjoar de uma dada atividade e buscar outra, não era assim tão "estranho".
Tenho diversas possibilidades de atividade profissional: Bióloga (com mestrado, doutorado e pós doutorado), Pesquisadora, Fotografa (hobby que de vez em quando gera uma rendinha extra), Blogueira, Escritora (comecei um livro recentemente), Turista, Professora, e, em breve, Médica Veterinária.
Tenho diversas atividades "daquele jeito": Estudante eterna, Mergulhadora,  Cozinheira de mão cheia (o fato de não gostar de cozinhar não significa que não sei cozinhar), Contadora e Investidora.

Já fiz cursos diversos: Mergulho (Básico e Avançado), Primeiros socorros, Jazz, Dança do Ventre (pretendo voltar), Inglês, Italiano, Libras, Hebraico, Feng Shui, Criação de orquídeas, Desenho, Violão, Tarô, Tai chi chuan, Yoga.

Leio de tudo um pouco, dependendo do momento em que me encontro: Religião, Política, Economia, Auto ajuda, Decoração, Viagens, Ficção, Física Quântica, Evolução e diversidade, Ciência, Psicologia, Simbologia.

Ainda, adoro meditar, montar quebra-cabeça, jogar paciência, cantar...

Apesar de tudo, praticamente todas as atividades que já realizei e realizo tem muito em comum, em comum com a natureza, liberdade e espiritualidade. Enfim, saber que eu não sou esse bicho-de-sete-cabeças que eu pensava ser, me deu um alegria imensa!!! 

Quer ler mais sobre isso? Leia na íntegra as fontes utilizadas nesse post:

Comentários

  1. Vixi que maravilha todas essas habilidades! Eu me identifico com você, já tive muitas fases em que fiz vários e vários cursos, estudei, me dediquei, mas acabei ficando entendiada e largava. Aí... veio o minimalismo, as leituras dos livros do Leo Babauta e a ideia de focar em uma coisa de cada vez... aos poucos as coisas foram se encaixando e aí eu tenho me dedicado a uma coisa por vez e tenho ficado satisfeita com os resultados. Trabalho bem feito e menos stress. E realmente é mais comum do que pensamos encontrar pessoas assim. Lá em casa minhas filhas também são um pouco assim. beijos

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    1. Obrigada pela mensagem Andreia! Confesso que até ler sobre isso, passei por muito sofrimento no sentido de que sofri muito preconceito principalmente por parte de parentes. Mas acabou que bem ou mau, percebi que não sou a única, o que é um consolo gigante. Foi interessante pois parei de me auto criticar e julgar. Minha vida e minha relação comigo mesma ficou muito mais leve! O lado bom é que somos pessoas que facilmente conseguem manter diálogo com diferentes tipos de pessoas, não!? Uma linda semana, Nicoli

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  2. Conheci o trabalho da Paula a poucos dias e assim que li este texto me identifiquei totalmente! E é por isso que ando tão perdida, porque quero me encaixar no que a sociedade diz que temos que ser e não no que que somos. Agora é descobrir o que fazer com os múltiplos interesses! bjos.

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    1. Entendo perfeitamente o que você disse. Antes me sentia presa num "loop" de estou nessa área a tanto tempo, não me vejo realizando nada diferente disso... foi quando me deparei com o tema. Em geral, a sociedade prega que precisamos escolher uma profissão pois é ela quem ditará nossa vida futuramente, e na maioria das vezes acabamos acomodados e conformados com escolhas não necessariamente mais adequadas como o que esperamos para nós mesmos. Ter lido sobre esse assunto diminuiu minha ansiedade e hoje estou mais focada e tranquila com relação as decisões profissionais que tomei nesses últimos tempos. Obrigada pela mensagem e linda semana para vc!

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  3. Não estou sozinha! Estou impressionada! Parecia que eu estava lendo sobre minha vida! Também são bióloga, com mestrado, doutorado, pós doutorado, fiz cursos de mergulho, dança do ventre, francês, inglês, espanhol, artes, tenho blog, loja virtual, sou fotógrafa, turista, leitora, minhas amigas me chamam de mulher polvo! Estou aprendendo a focar, pra ver se termino alguma coisa! Quando comecei a prestar concursos para ser professora, decidi que não queria mais! Agora não sei mais o que eu quero da vida!
    Obrigada pelo texto! Com certeza vou ver mais!

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    1. Ola Zoe! Seu comentário também me deixou contente! Realmente é necessário muita disposição e organização para lidar com tanta coisa ao mesmo tempo. Ter diminuído minha cobrança com relação a perfeição me ajuda a concluir as atividades com mais facilidade e também me deixa menos estressada! Espero saber mais sobre sua evolução pois com certeza ela também pode me ajudar! Um lindo final de semana para você!

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  4. Olá, pessoas assim não conseguem ser só uma coisa profissionalmente, e parece que pessoas que não seguem apenas uma carreira profissional, não é respeitada em nenhuma carreira que trabalha, achou solução para isso?

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    1. Ola Rodrigo,
      Achei interessante seu questionamento. Particularmente, sou a favor de terminar o que se propos da mehor forma possivel, mas já tem um tempo que deixei de acreditar na necessidade de uma carreira profissional. Com relaçao ao respeito, ele deveria ser a base da sociedade...

      Tirei vários dias para pensar sobre isso, e confesso que não encontrei uma resposta. Em partes por não saber se realmente se trata de uma regra geral. Eu não tenho uma resposta para seu questionamento, mas vou te dizer o que penso a esse respeito...

      Quando li sobre esse assunto a primeira vez, entendi que eu não precisava me desesperar sobre me manter em um mesmo lugar, numa mesma atividade, pois mesmo gostando muito dela, ela não é a única atividade que gosto de fazer.
      Quando você percebe isso você abre porta para possibilidades para si mesmo, ao invés de ficar preso a questões políticas e "culturais". Acredito que se todos tivessem essa consciência (que passou a ser a minha verdade, mas longe de ser verdade absoluta!), talvez o mundo estivesse menos cheio de gente violenta, intolerante e que desconta as frustrações principalmente da vida profissional "escolhida" dentro de casa, no transito, em geral, no outro (basta assistir as noticias na TV, falta educação, mas falta outra coisa também para a sociedade em geral).
      Enfim, se as pessoas focassem suas energias na busca da felicidade, tudo seria muito melhor! Nesse sentido, acho que o problema é que as pessoas, ou a grande maioria delas, acabam apostando todas suas fichas numa única direção mas o retorno fica aquém ao esperado, e seja por desconhecimento, seja por medo, elas acabam se acomodando a esse tipo de vida.
      Será que realmente a opinião de colegas e chefes correspondem ao que você realmente é, ou é capaz de realizar?
      Acho que a vida, por mais longa que seja, é curta demais para se desperdiçar mantendo atitudes que são mais destrutivas que construtivas para nós mesmos e para os que nos cercam. Acho que a natureza tem muita variedade de opções para escolhermos uma só. Acho que todos somos capazes de realizar diferentes atividades com maestria e quem sabe deixar uma marca positiva em diferentes aspectos da sociedade.
      Apesar de não ter respondido seu questionamento, espero ter ajudado... mas também aceito conhecer outros pontos de vista a respeito... obrigada pelo seu comentário!

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    2. Olá, obrigado pela resposta, mas ainda continuo em dúvida, por exemplo, gosto muito de dança e de programação de sistemas, penso que se desenvolvesse um negócio para esses dois nichos, parece que as pessoas não dariam crédito.

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    3. Ola novamente Rodrigo,
      Achei que a capacidade de relacionar dança e mundo digital uma ideia fantástica!! Se sua ideia sera ou não aceita ou comprada pela sociedade, você nunca saberá se não tentar. A boa noticia e que o não, você já tem. Se você gosta de ambas as áreas, teve uma ideia que acredita valer a pena investir, o que te impede de tentar?
      Se me permite a franqueza, o maior empecilho que vejo em relação a sua ideia, e você mesmo, sua estima pessoal, que você deveria cuidar melhor: você assumiu um fracasso sem ao menos ter tentado! E se realmente não der certo, qual o problema? No minimo você sana a duvida do "e se". As vezes, esse passo sera importante para você criar algo maior ainda. Acredite mais em você, faca nem que seja por uma satisfação pessoal. Faca de cada criação sua melhor apresentação! Depois me conte como foi sua experiencia!

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  5. Caramba, tô meio atrasado no papo. Mas acabo de me descobrir assim um de vocês... Foi assistindo a um TED sobre o assunto, é impressionante como a ficha cai de imediato. E como todo bom multipotencial vim correndo me aprofundar no assunto. Rodrigo, achei super interessante a ideia de misturar dança e programação... Desenvolva isso, cara.. Busque entender mas sobre storytelling também se vc está receoso sobre não ser compreendido. E experimente... Não jogue todas as fichas de uma vez.. Boa sorte!

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