Desafios Mude.nu - Meditação

Neste post, me coloquei alguns desafios para serem cumpridos ao longo do ano e explico como tudo  funciona.

\o/\o/\o/ Primeiro desafio cumprido no período de 18-27/01/2014 \o/\o/\o/

Resolvi iniciar o primeiro desafio com alguma coisa que já fosse relativamente familiar para mim, porém, de forma diferente das experiências já realizadas. Mas antes de relatar o meu período, segue algumas considerações:

Meditar é (Fonte aqui)

A palavra meditação vem do latim meditare, que significa "voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior" e "voltar a atenção para dentro de si". Em sânscrito, é chamada dhyana e é obtida pelas técnicas de dharana (concentração). Na língua chinesa, dhyana tornou-se Ch'anna, termo que sofreu uma contração e tornou-se Ch'an (Zen, em japonês). Em páli, é jhana. Significa "concentrar intensamente o espírito em algo". 

A meditação costuma ser definida das seguintes maneiras:

- um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos;

- prática de focar a mente em um único objeto (por exemplo: em uma estátua religiosa, na própria respiração, em um mantra);

- uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um poder mais alto;

- análise racional de ensinamentos religiosos (como a impermanência, para os Budistas)

Tipos de Meditação (Fonte aqui)

1. Ficar concentrado no movimento: Você pode conseguir equilíbrio mental praticando as posturas da hatha yoga, praticando tai chi chuan, praticando a meditação andando (clique aqui e leia), ou pode meditar dançando (clique aqui e leia). Quando você pratica os asanas (posturas) da hatha yoga, com consciência corporal, com consciência do movimento e a consciência da respiração, você entra em estado meditativo, deslizando para níveis muito calmos, aquietando corpo e mente. Você ensina ao corpo a disciplina do silêncio. E através disso, a mente também se acalma, acabando com a ansiedade.

2. Ficar focado na respiração: Você pode se sentar confortavelmente, com a coluna ereta e observar a respiração. Você pode fechar seus olhos ou praticar a meditação tipo zen, de olhos abertos, olhando para um ponto na parede. Apenas perceba o ar entrando e saindo. Acompanhe o fluxo natural da respiração. Embora os pensamentos fiquem surgindo, deixe-os ir embora. Não julgue os seus pensamentos. Não corra atrás deles. Compreenda que são como hóspedes que vêm e vão.

3. Apoiar-se em um mantra, que são palavras em sânscrito, sons vibratórios: Você pode se sentar em uma cadeira, com os pés no chão, com a coluna alinhada. Ou, pode se sentar no chão, sobre uma almofada, com as pernas cruzadas. Feche os olhos e repita mentalmente um mantra. Existem vários mantras como o mantra Om, Om Namah Shivaya, So ‘Ham. (clique aqui). Você pode repetir o mantra como se falasse mentalmente sem observar a respiração. Ou pode observar a respiração e repetir o mantra quando inspira e expira. Você pode também meditar em uma frase de uma oração, outra frase curta de uma oração que você goste.

4. Meditação deitado: Você pode meditar deitado, observando a respiração, repetindo mentalmente o mantra SO’HAM. Sem fazer nada para respirar, apenas perceba o fluxo natural da respiração.Ao expirar repita mentalmente SO, ao inspirar repita mentalmente HAM. Essa meditação ajuda a dormir melhor, dissolve a inquietação, conduzindo a mente para níveis muito calmos. Entenda algo muito importante: Quando você senta para meditar com um mantra, vários pensamentos surgem em sua mente, pensamentos bons ou não, pensamentos de passado ou do futuro. Quem medita perde o mantra várias e várias vezes, e retorna ao mantra quando percebe que se dispersou. Pacientemente, você volta para o mantra. Ao meditar, você pratica a perseverança e a paciência. Com a prática regular, a turbulência da mente vai cessando e você começa a experimentar estados de tranquilidade, pois as ondas cerebrais e mentais vão se acalmando. 

“Em meditação, a energia vital, o prana, se torna constante e seu corpo é livre de doenças e é purificado. Através da meditação, você fortalece o corpo e dorme um alegre sono. A paz é o fruto da meditação.” (Baba Muktananda)

Minha Experiência

Já pratiquei diversos tipos de meditação, em diferentes grupos e sempre é revigorante. Já pratiquei meditação sentada no chão com as pernas cruzadas, em cadeira com a planta dos pés bem apoiadas no chão e com as mão levemente posicionadas no colo, meditei deitada na cama. Já pratiquei tai chi chuan e yôga e meditava focando atenção em minha respiração e movimentos. Já pratiquei meditação com os olhos fechados, entreabertos e completamente abertos. Já meditei usando mantras, focando em um único pensamento de interesse. Já meditei em ambiente fechado, sentada na grama num jardim tranquilo, dentro do ônibus indo e vindo do trabalho. Já meditei em silêncio e parada como também enquanto me alimentava. 

E com todas essas experiências, porque colocar meditação no Desafio Mude.nu? 

Todas essas experiências com meditação tem em comum o fato de eu estar tranquila e consciente, independente da forma em que me encontrava para meditar. O que eu nunca havia tentado foi meditar durante um real conflito interno. E, justamente o período da recuperação da cirurgia foi o momento mais que especial para testar essa possibilidade. 

Situação: impossibilidade de falar por conta da dor, alimentação restrita que para mim se tornou enjoativa, ausência do marido, presença dos meus pais em minha casa. 

Eu sabia que o marido teria que viajar a trabalho e por mais que eu preferisse fazer isso com ele por aqui, era a única data que não prejudicaria o início do ano letivo. Eu estava disposta a ficar em casa tranquila e com o Porqueira pois já havia preparado tudo o que eu precisaria durante o período em que ele estivesse fora. Sem contar que um casal amigos nossos já tinham se disponibilizado para me dar a força que fosse necessária durante esses dias. Ou seja, eu estava e me sentia amparada.

Porem, meus pais resolveram tomar a frente da situação e aí a situação de conflito se instalou dentro de mim. A verdade é que nos temos algumas divergências de opiniões, e (muitas) situações passadas fizeram que eu optasse por manter distância que se mostrou ser saudável para ambos os lados. Mas, por algum motivo, achei que valeria a pena me "aproveitar" da situação de desconforto: eu queria meditar e meu organismo estava em conflito, porque não?!

Foram 9 dias que me mantive nesse processo. Desses, falhei feio em 1 deles, com direito a muito choro que se refletiu num sangramento bravo da garganta pois me deixei sucumbir pela raiva e frustração. 

Ao ver as mudanças feitas em casa, a entrada de itens que teríamos colocado se considerássemos necessários entre outras coisas, gentilmente focava minha atenção para a intenção positiva do ato e deixava para lá idéias de complô. Comecei a observar se a mudança poderia ser incorporada ao nosso dia-a-dia e as nossas necessidades: se sim "é, realmente está melhor" e quando achava que não, dizia para mim mesma "tudo bem, depois eu volto do jeito que estava antes". 

Talvez outros casais já devam ter passado pela situação de "competição" entre pais e filhos casados. Como nessa casa vivemos meu marido e eu (e o cachorro, claro!) certas decisões cabem somente a nós tomar. Por mais que eu estivesse grata pela ajuda, eu cheguei no ponto em que o limite que eu tinha até aquele momento foi alcançado e superado. E as consequências da reação, também.

De qualquer forma, meditar para mim é a chance que me dou de conhecer mais sobre meu próprio respeito, conhecer minhas limitações e aprender a lidar melhor com as emoções provenientes de todo e qualquer situação. Aprendi mais sobre mim, com certeza, vi de forma consciente o quão danoso é um sentimento negativo, para nós mesmos, mas acima de tudo, tenho percebido que sou capaz de recuperar o estado de contento interior quando estou consciente de meus atos. 

Considero que a meditação em isolamento é o primeiro passo para nos tornarmos senhores de nós mesmos. Mas somente com a prática em meio a multidão é que verificamos o quanto aprendemos com a teoria e os momentos meditativos. Assim, é com bastante satisfação que anuncio o cumprimento do primeiro Desafio Mude.nu. Mas isso não significa que paro por aqui com essa prática. Claro que não... enquanto eu falhar significa que tenho que melhorar alguma coisa...

Fonte da imagem: plenaeyoga.blogspot.com